quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A ORIGEM DO PAPAI NOEL

São Nicolau é uma figura lendária que supostamente viveu durante o quarto Século. Sua seita expandiu rapidamente e Nicholas tornou-se o padroeiro de muitos grupos variados, incluindo juizes, penhoristas, criminosos, comerciantes, marinheiros, padeiros, viajantes, os pobres, e crianças.


Historiadores bem religiosos concordam que São Nicholas/Nicolau realmente não existiu como uma pessoa real, e era em vez disso uma versão Cristianizada de deuses Pagães anteriores. As lendas de Nicolau foram criadas principalmente após histórias sobre o deus teutônico chamado Segura Nickar. Este deus poderoso de mar foi visto a galope pelo céu durante o solstício de inverno, concedendo bênçãos a seus fieis embaixo.

Havia muitos templos à Segura Nickar ou Poseidon, e nesses “personagens” se deu a origem do caráter de São Nicholas da Igreja Católica. Esses templos, mais tarde, foram nomeadas igrejas em honra a São Nicolau. Tradições locais foram incorporadas nos novos feriados cristãos para fazê-los mais aceitável aos novos convertidos. A estes recentes cristãos, São Nicholas tornou-se um tipo de “super-xamã” que foi sobreposto sobre o próprio xamã e práticas culturais.
São Nicolau também adotou algumas qualidades do lendário “Befana de Avó” de Itália, que encheu meias das crianças com presentes. Seu relicário em Bari, Itália, tornaram-se um relicário a São Nicholas.
As imagens mais antigas dele o mostram usando VERDE, que era a cor dos lenhadores, até que em 1886 o cartunista maçom Thomas Nast o retratou usando as vestes que conhecemos hoje (Preto, Branco e Vermelho, as três cores da Alquimia: Nigredo, Albedo e Rubedo). No começo do século XX, a Coca-Cola fez uma campanha maciça de publicidade associando a imagem criada por Nast a seus produtos, já que as cores eram as mesmas de sua logomarca. Muita gente pensa que foi a Coca-Cola quem inventou o design do papai-noel, mas eles apenas utilizaram os desenhos alquímicos de Nast.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

SÁBADO DIA 20/11/2010 TEM ELEVAÇÃO DA A:.R:.L:.S:. FRAT:. AC:. IR:. OTAÍDE FELTRIM


No próximo sábado, dia 20/11/2010, haverá elevação dos Irmãos Luis Greco e Artur Vaz, obreiros da A:.R:.L:.S:. Frat:. Ac:. Ir:. Otaíde Feltrim ao Grau de Companheiro maçon.

A sessão acontecerá no templo da A:.R:.lL:.S:. Ciência e Virtude, à Rua Professor Lulu, no Oriente de Formiga/MG, a partir das 18 horas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

PRÓXIMA SESSÃO É DIA 04 DE SETEMBRO ÀS 18 HORAS


Pessoal, está confirmada a sessão de amanhã, dia 04/09/2010, às 18 horas. 
Venham e nos honrem com suas presenças.
TFA!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

MAÇONARIA FORMIGUENSE SE UNE CONTRA CRIAÇÃO DE ASSESSORES PARA VEREADORES

Confiram a reportagem do jornal "O Pergaminho", que trata do movimento iniciado pelas três lojas maçônicas de Formiga contra Lei aprovada pela Câmara de Vereadores que daria o direito a cada parlamentar municipal de nomear, sem prévio concurso público, um assessor.

Vale lembrar que dois vereadores, Cabo Cunha e nosso irmão Eugênio Vilela foram contra a referida norma.

O assunto é destaque em duas reportagens no site Últimas Notícias:





terça-feira, 24 de agosto de 2010

MAÇONS FAMOSOS - PARTE 3



Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Fazenda do Pombal[1], batizado em 12 de novembro de 1746 — Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil, patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional.

O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade de Tiradentes (Minas Gerais), antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi nomeada em sua homenagem.

Biografia

Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais. O nome da fazenda "Pombal" é uma ironia da história: O Marquês de Pombal foi arqui-inimigo de Dona Maria I contra a qual Tiradentes conspirou, e que comutou as penas dos inconfidentes.

Joaquim José da Silva Xavier era filho do reinol Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier (prima em segundo grau de Antônio Joaquim Pereira de Magalhães), tendo sido o quarto dos sete filhos.

Em 1755, após o falecimento de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes, um tanto depreciativa. Não teve êxito em suas experiências no comércio.

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.

Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento d'água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Fez parte de um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.
Julgamento e sentença

Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela "inconfidência", inocentando seus companheiros. Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino: Tiradentes foi enforcado.

Os réus foram sentenciados pelo crime de "lesa-majestade", definida, pelas ordenações afonsinas e as Ordenações Filipinas, como traição contra o rei. Crime este comparado à hanseníase pelas Ordenações Filipinas:

Estátua mostrando Tiradentes a ser enforcado, na Praça Tiradentes, em Belo Horizonte.-“Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham culpa.”

Por igual crime de lesa-majestade, em 1759, no reinado de D. José I de Portugal, a família Távora, no processo dos Távora, havia padecido de morte cruel: tiveram os membros quebrados e foram queimados vivos, mesmo sendo os nobres mais importantes de Portugal. A Rainha Dona Maria I sofria pesadelos devido à cruel execução dos Távoras ordenado por seu pai D. José I e terminou por enlouquecer.

Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não era tido como maçom.

E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Bóris Fausto aponta essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidar a população para que não houvesse novas revoltas.
Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.
Portanto condenam o réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi do Regimento pago da Capitania de Minas, a que, com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde no lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes, pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios das maiores povoações, até que o tempo também os consuma, declaram o réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu; [...]

Legado de Tiradentes perante a história do Brasil
Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que o Brasil continuou sendo uma monarquia após a independência do Brasil, e, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, contra a qual Tiradentes conspirara, e, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes e comutado as penas dos demais inconfidentes. Durante a fase imperial do Brasil, Tiradentes também não era aceito pelo fato de ele ser republicano. O "Código Criminal do Império do Brasil", sancionado em 16 de dezembro de 1830, também previa penas graves para quem conspirasse contra o imperador e contra a monarquia:
Art. 87. Tentar diretamente, e por fatos, destronizar o Imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez anos no mínimo.

— Código Criminal de 1830

Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos. Também, o nome do movimento, "Inconfidência Mineira", e de seus participantes, os "inconfidentes", foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança. Outra versão diz que por inconfidência era termo usado na legislação portuguesa na época colonial e que "entendia-se por inconfidência a quebra da fidelidade devida ao rei, envolvendo, principalmente, os crimes de traição e conspiração contra a Coroa", e, que para julgar estes crimes eram criadas "juntas de inconfidência".[3]

Historiadores como Francisco de Assis Cintra e o brasilianista Kenneth Maxwell procuram diminuir a importância de Tiradentes, enquanto autores mineiros como Oilian José e Waldemar de Almeida Barbosa procuram ressaltar sua importância histórica e seus feitos, baseando-se, especialmente, em documentos sobre ele existente no Arquivo Público Mineiro.

Atualmente, onde se encontrava sua prisão, funcionou a Câmara dos Deputados na chamada "Cadeia Velha", que foi demolida e no local foi erguido o Palácio Tiradentes que funcionava como Câmara dos Deputados até a transferência da capital federal para Brasília. No local onde foi enforcado ora se encontra a Praça Tiradentes e onde sua cabeça foi exposta fundou-se outra Praça Tiradentes. Em Ouro Preto, na antiga cadeia, hoje há o Museu da Inconfidência. Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

HISTÓRIA SOBRE OS PRIMÓRDIOS DA MAÇONARIA




Irmão Raimundo Rodrigues

Como estudioso da filosofia, sabemos, de há muito, que Vico é o pai da "Filosofia da História", estereotipando-a com princípios de uma ciência nova.

Sabemos mais que a "Filosofia da História" é, ainda agora, dominada por conceitos metafísicos, que dificultam a compreensão dos leigos no assunto.

Vejam bem: falamos em conceitos metafísicos e, não, em "Conceitos Invencionistas". O verdadeiro historiador não inventa nada!

Aliás, a "Filosofia da História" surge já no século XVIII, quando se chegou à conclusão de que, do conjunto dos fatos históricos, se poderia tirar uma lei geral do desenvolvimento da humanidade. Daí por que, pensamos nós, os historiadores maçônicos podem mesclar seus trabalhos com considerações gerais acerca da marcha evolutiva dos acontecimentos maçônicos.

Isto, porém, não significa que alguém tenha o direito de sair por aí "fabricando" uma história que lhe saia da imaginação, buscando dar-lhe contornos de História verdadeira.

De nossa parte, fazemos questão de gritar aos quatro ventos que não somos e nem temos pretensões de chegar a ser historiador. Somos, isto sim, aquele pesquisador que se interessa pela verdade histórica.

Se a História não aceita invencionices, a filosofia não admite mentiras. Desculpem-nos a força do termo.

O certo é que se dizemos que a Maçonaria nasceu com os Essênios, ou com os Templários, ou com os Collegia Fabrorum, estaremos afirmando algo que não podemos provar, logo, podemos estar difundindo alguma coisa que seja pura invencionice.

Se a História e a "Filosofia da História" não admitem inverdades, o que dizer, então, da Maçonaria?

O que desejamos deixar bem claro é que só podemos falar em Maçonaria Antiga, quando pudermos escudar-nos em documentos fidedignos.

O mais antigo documento que se conhece da chamada Maçonaria Antiga, ou Operativa, ou de Ofício é o Poema Régio, que é de 1390, portanto, século XIV. Tudo o que se disser anterior a essa data não passa de pressuposição.

É mister nos acautelemos com as invencionices de quem não teve ou não tem coragem de investigar, de buscar a verdade através de documentos que mereçam fé. Há muita gente que vai atrás do ouvi dizer.

A verdade é que ainda há escritores Maçons que propagam que a "origem da Maçonaria" se perde nas "névoas da Antigüidade".

Nenhum pesquisador honesto embarca na canoa furada daqueles que teimam em afirmar que a Sublime Instituição existe há milhares de anos. Só os "inocentes" podem acreditar na absurda afirmação de Anderson, no seu primeiro livro das "Constituições", de que – Adão – nosso primeiro pai, criado à imagem e semelhança de Deus, devia ter possuído as ciências liberais, principalmente a geometria, escritas em seu coração. Baseado nisto, ainda hoje, há quem ensine que a Maçonaria tem seu início no Paraíso terrestre.

Jean Palou reconhece que as origens da Maçonaria estão muito longe de serem claras e não poderia ser de outra forma, e acrescenta: "Anderson faz remontar a Franco-Maçonaria a Adão, sem dúvida por não poder ir mais longe e por lhe faltar a ousadia de atribuí-la ao próprio Jeová".

É evidente que a falta de documentos e registros dignos de crédito, envolve a Maçonaria numa penumbra histórica, o que faz com que os fantasistas, talvez pensando em engrandecê-la, inventem as histórias, sem pé nem cabeça, sobre os primórdios de sua existência.

Há aqueles que ensinam que ela teve início na Mesopotâmia, outros confundem os movimentos religiosos do Egito e dos Caldeus como sendo trabalhos maçônicos. Há escritores que afirmam ser o Templo de Salomão o berço da Maçonaria.

O que existe de verdade é que a Maçonaria adota princípios e conteúdos filosóficos milenares, que foram adotados por instituições como as "Guildas" (na Inglaterra), Compagnonnage (na França), Steinmetzen (na Alemanha). O que a Maçonaria fez foi adotar todos aqueles sadios princípios que eram abraçados por instituições que existiram muito antes da formação de núcleos de trabalho que passaram à história como o nome de Maçonaria Operativa ou de Ofício.

O Irm:. Darley Worm, em excelente trabalho intitulado "Nuvens Preocupantes nos Horizontes da Maçonaria", assinala com muita propriedade que "Para obtermos a idade da Maçonaria, temos de distinguir a Instituição, dos seus conteúdos, estes sim, milenares, conforme alguns autores; eternos, segundo outros... Os conteúdos que a Maçonaria assumiu, já eram milenares quando Salomão nasceu na casa de Davi e é puro delírio febril alguns historiadores falarem em Maçonaria Arcaica, Antiga ou Arqueológica. Os conteúdos com que lidamos hoje, já eram veneráveis para as Escolas de Mistérios (Elêusis, etc.), para os teosofistas, para os rosacruzes, para os gnósticos, para os alquimistas, para os Collegia Fabrorum; ainda que tenham um grande número de pontos em comum mas... nem Pitágoras, nem Jesus, nem Platão, etc., eram Maçons, pela simples razão de que a Maçonaria (como Instituição) nem havia sido criada".

De algum tempo para cá, após a criação da Loja de Pesquisas Maçônicas "Brasil", de Londrina, têm surgido historiadores e pesquisadores Maçons que se têm dedicado, de corpo e alma, como lá se diz, à busca de documentos primários ou secundários que possam trazer luzes aos mistérios que envolvem a Maçonaria primitiva.

Frederico Guilherme Costa, historiador maçônico de primeira água, no seu livro "Maçonaria na Universidade-2", diz que "O conjunto de organizações de Ofício, principalmente medievais, são conhecidas com o nome de Maçonaria Operativa ou de Ofício. Sempre existiram, no passado remoto, associações de operários ligados à arte de construir, mas não eram organizadas na forma das futuras corporações com sentido corporativista. Alguns autores sustentam o ponto de vista de que a primeira associação organizada por rígidos estatutos, foi as dos Collegia Fabrorum romanas criadas no séc. VI a. C.. Na antiga Roma os colégios representam corporações profissionais tidas como fundadas por Numa Pompílio. Apesar de alguma semelhança dos costumes dos colégios com a futura Maçonaria do período operativo, nada nos autoriza a identificação destes colégios com a futura Ordem Maçônica, sequer como paradigma".

Frederico Guilherme Costa, depois de muita pesquisa, chega à conclusão honesta de que sequer se pode tomar os Collegia Fabrorum como modelo, quando se pensa em Maçonaria Operativa.

Já outros escritores, não historiadores, afirmam doutoralmente que os Collegia Fabrorum são a base onde repousa a Maçonaria Operativa.

É certo que os historiadores e os pesquisadores conscientes se baseiam, acima de tudo, nas Old Charges.

As mais citadas pelos bons autores são:
* Manuscrito de Cooke, séc. XV
* Manuscrito de William Watson, séc. XV
* Manuscrito de Tew, séc. XVI

Sabe-se que existem, na Grã-Bretanha, cerca de 87 manuscritos de Old Charges.

Seria, realmente, o Poema Régio, também chamado de Manuscrito de Hallliwell o mais antigo documento da Maçonaria de Ofício?

Os melhores autores, a aqueles em quem podemos confiar, dizem que sim. Citaremos apenas dois, para não nos alongar em demasia.

Le document authentique le plus ancien date, lui, des annés 1390-1400; c’est le fameux Peème Maçonnique connu également sous les noms de Manuscrit Regius (Royal) ou Manuscrit Halliwell, (du nom de son prémier éditeur)... (Serge Hutin, in "Les Francs Maçons", Collections Le Temps qui Court – Éditions du Seuil – Paris, p. 53). *

O mais antigo texto é o Regius, manuscrito real, como seu nome o indica conservado no Museu Britânico de Londres... o Regius dataria dos anos 1388-1445 (Jean Palou, "A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática", Ed. Pensamento, tradução do francês, edição de 1964, São Paulo, p. 33).

Pode-se supor que as Confrarias Alemãs de Construtores, cujas mais antigas eram a de Magdebourg, criada em 1211 e a de Colônia, criada por volta de 1250, fossem organizações maçônicas. Vejam que dissemos ...pode-se supor.

É certo que a maior dificuldade que se põe diante do pesquisador honesto é a falta de documentos primários que lhe atestem a existência, em determinada época, da instituição pesquisada.

Muitos documentos primários se perderam na poeira inexorável do tempo. Muita coisa deixou de ser escrita porque era preciso estabelecer a lei do silêncio, como um meio de autodefesa das confrarias.

Quais seriam os segredos do Maçom operativo?

Cremos que eram segredos exclusivamente profissionais, guardados com rigor, sobre a arte de construir. É bem de ver-se que, na Idade Média, só se conhece um tratado de arquitetura, totalmente incompreensível aos que não fossem grandes conhecedores do assunto.

Finalmente, para que se entenda a razão por que muitos documentos desapareceram, vamos transcrever, numa tradução nossa, o que diz Serge Hutin, no seu "Les Francs-Maçons", pág. 53:

A raridade de documentos maçons, anteriores à Maçonaria especulativa, explica-se, sem dúvida, pelo auto-de-fé realizado em 24 de junho de 1719, pelo pastor Desaguliers, então o Grão-Mestre da Grande Loja da Inglaterra. Este pastor protestante resolveu destruir todos os documentos que, a seu ver, estivessem impregnados de "papismo" e, assim, dissimular as alterações que ele já havia feito nas regras fundamentais da Maçonaria.

E quantos e quantos documentos antigos não teriam sido destruídos pela ignorância ou pela má fé?

Precatemo-nos, todos os que amamos a verdade histórica, com as afirmações e ensinamentos que não se estruturem em documentos que mereçam fé.

Não nos esqueçamos, jornalistas, articulistas, escritores, historiadores que verba volant sed scripta manent.

* O documento autêntico mais antigo data dos anos de 1390-1400; é o famoso poema maçônico conhecido igualmente sob os nomes de Manuscrito Regius (Real) ou Manuscrito Halliwell, (nome de seu primeiro editor)...

 
BIBLIOGRAFIA
1. COSTA, Frederico Guilherme. "Maçonaria na Universidade-2". Londrina: "A TROLHA", 1996.
2 HUTIN, Serge. "Les Francs-Maçons". Paris: Éditions du Seuil, 1976.
3 PALOU, Jean. "A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática". trad. do Francês. São Paulo: Pensamento, s/d.
4 PETERS, Ambrósio. "O Manuscrito Régio e o Livro das Constituições". Londrina: "A TROLHA", 1997.
5 VAROLI FILHO, Theobaldo. "Curso de Maçonaria Simbólica". 1º Tomo (Aprendiz). São Paulo: "A Gazeta Maçônica", 1976.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

REPORTAGEM SOBRE MAÇONARIA - REVISTA SUPER INTERESSANTE


MAÇONARIA: A ORDEM

Mais famosa das sociedades secretas, a maçonaria já foi descrita como religião, filosofia e centro de conspirações. Mas afinal o que é, quais os segredos e o que acontece na suas sessões?

por Texto Sérgio Gwercman

Vamos fazer um acordo: eu conto um segredo e você, leitor, promete não revelá-lo a ninguém. Antes de topar o trato, você precisa saber que os outros quase 3 milhões de pessoas que lerem esta revista conhecerão o mesmo segredo. Mas elas também se comprometerão a ficar de bico fechado. Agora, cá entre nós: quais as chances de nenhum dos envolvidos quebrar o trato e contar o que ficou sabendo para a patroa – que por sua vez vai contar para a irmã, que vai dividir a novidade com as amigas do salão de beleza e daí para o mundo? Você apostaria na possibilidade de mantermos o tal segredo em sigilo?

Na cabeça de muita gente, a maçonaria foi capaz dessa proeza. Uma tarefa árdua. Os integrantes da mais conhecida entre as organizações secretas guardariam um grande segredo bombástico, revelado somente para quem concorda em ser iniciado numa sessão cercada de mistério. Em nome da honestidade jornalística, é preciso dizer logo no início da reportagem que se os maçons escondem um informação dessas capazes de mudar o rumo do mundo, este repórter – e os estudiosos mais influentes do tema – foram incapazes de descobrir do que se trata. Por outro lado, são vários os rituais, símbolos e conchavos políticos que deveriam ficar restritos às 4 paredes (obrigatoriamente sem janelas) de um templo maçônico, mas que estão descritos nas próximas páginas. Segredos e histórias que foram reveladas a gente graúda como Benjamin Franklin, Simón Bolívar, pelo menos 17 presidentes americanos e D. Pedro I – que entre os maçons brasileiros atendia pelo exótico apelido de Guatimozim. Nas próximas páginas, você se juntará a eles.

A HISTÓRIA

Para quem gosta tanto de segredos, nada melhor do que começar a própria história com um relato misterioso e que não pode ser comprovado. A origem da palavra maçom está no inglês, mason, que quer dizer pedreiro. Por isso, é forte a crença de que os primeiros integrantes da organização davam duro em canteiros de obras do passado. A lenda mais famosa conta que a origem da maçonaria está na construção do grande templo de Salomão, em Jerusalém, narrada no Velho Testamento. Durante a obra, Hiram Abiff, o engenheiro-chefe, foi assassinado por 3 de seus pupilos. O motivo do crime é nebuloso, mas envolveria segredos de engenharia guardados por Hiram e uma disputa por promoções de cargo. O fato é que Hiram foi para o túmulo, mas não revelou o que sabia. Além de mártir, virou exemplo de bom comportamento maçônico. Para muitos maçons, é aí que começa a sua história, apesar de existir quem defenda que Moisés, os construtores da Torre de Babel e até Deus são maçons – afinal, o todo-poderoso não “construiu” o mundo em 6 dias?

Outra tese, também sem comprovação, é defendida por historiadores maçônicos como Christopher Knight e Robert Lomas e aponta a maçonaria como herdeira direta dos poucos cavaleiros templários que não foram trucidados por ordem do papa e do rei da França entre 1307 e 1314. Pesquisadores independentes, porém, acreditam que a origem da maçonaria moderna estaria nas corporações de ofício, espécie de sindicatos da Idade Média. Especificamente na corporação dos pedreiros, que reunia alguns dos trabalhadores mais qualificados da Europa – gente que construía catedrais gigantescas, como a belíssima abadia de Westminster, na Inglaterra, que recebe fiéis até hoje. Como esses truques profissionais significavam bons salários, era natural que os masons cultivassem o hábito de mantê-los em segredo. Ficou conhecida como “maçonaria operativa” esse período em que os integrantes da ordem colocavam a mão na massa .

Entre os séculos 16 e 17, as técnicas de construção começaram a perder valor e as corporações mudaram o tom das reuniões. Especialmente na Grã-Bretanha, elas ganharam traços de alquimia e rituais simbólicos. Também se abriram para quem não trabalhasse com construção, mas topasse guardar segredo sobre o que acontecia nos encontros. Começou a fase da “maçonaria especulativa”, voltada para o conhecimento filosófico – que dura até hoje.

O crescimento atraiu nobres. Era chique participar daqueles encontros com ar de sarau secreto. Os antigos trabalhadores, por sua vez, adoravam estar ao lado da nobreza. Em cidades da Inglaterra, surgiram lojas (como são chamados os grupos de reunião) e, em 1717, 4 delas se reuniram para fundar a Grande Loja de Londres, o “Vaticano da maçonaria”, até hoje a mais importante instituição mundial da ordem. 5 anos mais tarde foi escrita a Constituição de Anderson, texto redigido pelo maçom James Anderson que colocava no papel todas as normas e rituais transmitidos oralmente. As lojas escolheram também seu primeiro grão-mestre, um sujeito chamado Anthony Sayer, que estava longe do glamour que o cargo teria no futuro, quando seria ocupado até por herdeiros do trono inglês. Quando morreu, Sayer era um simples vendedor de livros em Covent Garden, região de Londres que até hoje é sede de uma feirinha dessas com jeitão alternativo.

IDÉIAS

Mas o que esses homens faziam – e ainda fazem – em suas reuniões? Basicamente, discutem o caminho que o planeta deve tomar. E o rumo proposto é o da Luz, como eles se referem ao pensamento racional. A idéia é que se cada indivíduo refletir sobre suas atitudes e buscar sempre o caminho do bem e da perfeição, a sociedade vai caminhar naturalmente para o progresso. É uma filosofia, uma maneira de encarar o mundo, que foi um bocado revolucionária ao surgir no século 18, época em que reis controlavam o corpo e a Igreja, as mentes das pessoas. Para debater idéias, maçons criaram uma série de regras e tradições – o historiador inglês Eric Hobsbawn diz que o período do surgimento da maçonaria especulativa foi especialmente rico no que ele chama de “invenção de tradições”, muito por causa das rápidas transformações que a sociedade vivia com mudanças nos costumes sociais e na divisão do poder. Foi nessa mesma época que surgiriam outras organizações do tipo, como a Rosacruz e a Iluminati.

A maçonaria, que acabaria sendo a mais forte e poderosa de todas, se desenvolveu como uma fraternidade que funciona como Estado, com hierarquias e legislação. E cada maçom tem liberdade de pensamento. No fundo, a maçonaria não é uma, são várias. E ao contrário do que muitos pensam, a ordem não formou um grupo uniforme. Cada país teve autonomia para definir seus rumos e caminhos, o que fez a ordem ter inclinações diferentes ao redor do globo: na Inglaterra e no Brasil, era ligada à aristocracia política; na França, anticlerical e pragmática; na Itália, revolucionária.

Diferenças entre as maçonarias existem. Mas também há muita coisa em comum – em especial, as regras e os rituais. Ser admitido na maçonaria, por exemplo, requer paciência em qualquer lugar do mundo. O candidato precisa ser convidado por um maçom, passar por entrevistas e ter a vida investigada por integrantes da ordem. São aceitos apenas homens que acreditam em Deus, têm pelo menos 21 anos e nenhuma deficiência física.

As sessões acontecem em templos cheios de simbologia. “Entrar num templo maçônico é mergulhar num espaço codificado”, diz o sociólogo José Rodorval, da Universidade Federal de Sergipe e autor de uma tese de doutorado sobre a maçonaria. O templo não tem janelas e a entrada é voltada para o ocidente, onde a pintura é mais escura. No outro extremo, o oriente é mais claro – para a maçonaria, é dali que vem o conhecimento. É nessa área também que fica o altar de onde a autoridade mais alta comanda a sessão. Nas paredes, há 12 colunas, uma corda com 81 nós e outros símbolos como as pedras bruta e polida, que representam os momentos pré e pós-iniciação.

Durante as cerimônias, os homens vestem aventais para venerar o Grande Arquiteto do Universo, como eles se referem a Deus. Mas um Deus tratado dentro dos valores de tolerância religiosa do deísmo, tradição que recusa a idéia de que uma instituição tem o poder para fazer a ligação com o divino. E por isso um maçom pode ser judeu, católico, muçulmano. Nas sessões, Deus tem um nome específico. “Esse nome é um dos segredos mais bem guardados da maçonaria”, diz o historiador Jasper Ridley, que escreveu The Freemasons (“Os Maçons”, sem tradução em português). Mas Ridley entrega o ouro: o criador é chamado de Jahbulon, uma corruptela que reúne os nomes sagrados de Jeová, Baal e Osíris.

Essas reuniões religiosas misteriosas, adivinhem só, colocaram a maçonaria em rota de colisão com o Vaticano. Tanto que 2 bulas papais condenando a ordem chegaram a ser emitidas por Clemente 12 e Bento 14. “Como outros governos, o Vaticano também se molestava com a atmosfera de segredo com a qual se cercava a maçonaria”, diz o historiador espanhol Jose Benimeli no livro Maçonaria e Igreja Católica. A tensão hoje é menor, mas ainda existe. Em 1983, quando comandava a Congregação para a Doutrina da Fé, o hoje papa Bento 16 publicou a Declaração sobre as associações maçônicas. O texto não deixa dúvidas: “Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em pecado grave”, escreveu.

REVOLUÇÕES E CONSPIRAÇÕES

O Vaticano é apenas um dos desafetos da maçonaria. Ao longo da história, a ordem colecionou inimigos com a mesma força que manteve seus segredos – as 2 coisas, aliás, sempre estiveram diretamente ligadas. Pense na seguinte situação: sua vizinha está promovendo reuniões semanais na casa dela, mas não permite que você participe. Mais do que isso, ela se recusa a revelar o que está sendo discutido lá dentro. Se você tiver um mínimo “instinto de paranóia” – e a maioria de nós tem – vai achar que a dona está tramando contra você. A mesma lógica funciona para os maçons. Muitas das acusações contra a fraternidade começaram com perguntas do tipo “se é tudo boa gente, então por que raios eles não revelam o que estão fazendo?”

Assim, manter segredo mostrou-se uma ótima maneira de atrair desconfianças. Mas a verdade é que para além do mistério existe o fato de que as lojas maçônicas serviram, sim, de espaço para a agitação política. Seus ideais espelhados no iluminismo inspiraram – e muitos de seus integrantes se engajaram – em revoluções que chacoalharam o mundo, derrubaram governos e cortaram cabeças coroadas. “Ser maçom nos séculos 18 e 19 era um pouco como ser de esquerda no começo do século 20. Em geral, eram pessoas liberais, receptivas a novas ideologias e preocupadas em reorganizar a sociedade”, diz Andrew Prescott, diretor do Centro de Estudos da Maçonaria da Universidade de Sheffield, na Inglaterra. A conseqüência óbvia dessa atuação foi que a ordem freqüentou os primeiros lugares da lista de maiores inimigos das monarquias absolutistas. O efeito colateral indesejado foi que quanto mais a maçonaria era acusada de conspiradora pelos líderes aristocratas, mais ela se fortalecia. É uma espécie de autoprofecia que se cumpre. “Se as lojas maçônicas eram apontadas pelos inimigos como o lugar em que revoluções eram planejadas, então era lá que os jovens revolucionários queriam estar”, afirma Jasper Ridley.

A Revolução Francesa, por exemplo, fez da visão de mundo maçônica (liberdade para adorar qualquer deus, igualdade entre nobres e plebeus e fraternidade entre os membros do mesmo grupo) o mote do novo país que pretendia construir. E transformou uma música originalmente composta e cantada na loja maçônica de Marselha, em hino nacional – rebatizado de La Marseillaise, “A Marselhesa”. Segundo Ridley, porém, são exageradas as afirmações de que a maçonaria liderou a revolução. Marat, ideólogo de uma das alas mais radicais da revolução, e La Fayette, o militar aristocrata que aderiu ao movimento popular, eram maçons. Mas Danton e Robespierre, os 2 mais importantes líderes da França após a revolução, não.

Mais ativa foi a influência na independência americana. Pelo menos 9 das 55 assinaturas da Declaração de Independência vinham da maçonaria, assim como um terço dos 39 homens que aprovaram a primeira Constituição do país. Benjamin Franklin, um dos principais articuladores da independência, era maçom até o último fio dos poucos (mas longos) cabelos que tinha. E George Washington, líder dos rebelados, teria aparecido de avental maçônico na cerimônia de lançamento da pedra fundamental da cidade que leva o seu nome. Hoje, há quem afirme que durante sua construção a capital americana foi recheada de símbolos maçônicos e, no mercado editorial, especula-se que a arquitetura da cidade será o ponto de partida para o próximo livro de Dan “O Código da Vinci” Brown. Talvez o autor também dê nova explicação para as imagens que decoram a cédula de 1 dólar, como o olho que tudo vê e a pirâmide luminosa, que parecem inspiradas na maçonaria – uma ligação que nunca foi admitida pelos desenhistas da nota. (A Reportagem é anterior ao livro: "O Símbolo Perdido", de Dan Brown, que vale a pena ser lido).

Ventos maçônicos também foram sentidos na América do Sul. Na loja Lautaro, que tinha braços espalhados pelo continente (o nome é homenagem ao índio que liderou uma revolta contra os espanhóis no século 16), costumavam se reunir Simón Bolívar, José de San Martín e Bernardo O’Higgins, todos líderes da independência no continente. No Brasil, eram integrantes, entre outros, José Bonifácio de Andrada e Silva, o barão do Rio Branco e o príncipe regente – e depois imperador – Pedro I. Apelidado de Guatimozim, nome do último chefe asteca, D. Pedro teve ascensão meteórica na fraternidade. Foi iniciado em 2 de agosto de 1822 e promovido a mestre 3 dias depois. Menos de 2 meses mais tarde, já era grão-mestre da ordem no Brasil, cargo máximo que poderia atingir. Na mesma velocidade, passaram-se apenas 17 dias até que, já imperador, ele proibisse as atividades maçônicas no Brasil. “A maçonaria é uma fraternidade e durante as sessões todos se tratam por irmãos e são iguais. Quando percebeu que nesse círculo ele poder ter seu poder questionado e não seria apenas ‘o imperador’, D. Pedro deixou a ordem e proibiu seus trabalhos”, diz o historiador Marco Morel, da Uerj.

Nada que tenha afastado os “irmãos” das atividades políticas. Pior para os sucessores de Guatimozim: legalizada em 1831, grande parte da maçonaria se aliou ao movimento abolicionista, anticlerical e mais tarde republicano para forçar a queda da monarquia no Brasil. Apesar de existirem muitos maçons monarquistas e escravocratas, a luta contra o poder da Igreja colocou a organização na linha de frente da defesa de um estado laico, como o estabelecido em 1891 pela primeira Constituição republicana. Para os adversários, foi a comprovação do caráter conspirador da ordem. Os maçons diziam agir dentro de sua filosofia: lutavam por um país mais racional, e com ordem, que só assim chegaria ao progresso.

OS SEGREDOS

E o segredo, você deve estar perguntando. Qual é o grande segredo da maçonaria, aquele que aguçou séculos de curiosidade? “O segredo consiste de rituais e códigos. São apenas algumas palavras”, diz Andrew Prescott, da Universidade de Sheffield. O negócio é que os maçons cultivam com cuidado o silêncio. Quem já viu um texto maçônico sabe disso. As frases tem abreviações aparentemente indecifráveis. Mas a coisa até que é simples. Algumas palavras são reduzidas a sílabas e acrescidas dos 3 pontos em forma de delta – o mesmo símbolo que aparece ao lado da assinatura de um maçom. Loj é Loja; Ir é irmão, como os maçons se referem uns aos outros; Prof é profano, ou seja, quem não é da maçonaria. Há palavras reduzidas às iniciais e duplicadas em caso de plural. VVig quer dizer vigilantes; AApr , aprendizes. G A D U é o Grande Arquiteto do Universo. Também é comum ver inscrições que devem ser lidas da direita para a esquerda, numa referência ao alfabeto hebraico. MOCAM, por exemplo, quer dizer “maçom”.

Existem ainda toques e sinais para quem é da maçonaria. E esses são os mais secretos. No aperto de mãos, por exemplo, maçons se reconheceriam ao encostar o indicador no punho de quem está sendo cumprimentado. Outro sinal para identificação fora dos templos seria passar a mão pelo cabelo, virando-a durante o movimento. E como durante as cerimônias os maçons devem estar sempre eretos, uma maneira de se comunicar em lugares públicos é endireitar a coluna e colocar os pés em forma de esquadro. O abraço maçônico, presente em vários rituais, consiste em colocar um braço por cima e outro por baixo, em “X”, bater 3 vezes nas costas e trocar de posição outras 3 vezes.

Outra corrente de pesquisadores afirma que o segredo maçônico é uma coisa íntima, que nasce no fundo do coração de cada maçom. Afinal, se para os que estão do lado de fora a maçonaria é uma organização com forte inclinação para a política, para os que estão do lado de dentro tão ou mais importante é o conhecimento intelectual. “O segredo é uma espécie de viagem espiritual que o iniciado faz e que dificilmente poderia exprimir-se com palavras. É algo que o maçom guarda para si. Quanto mais velho, mais volumoso é o seu segredo, composto dos resquícios de suas experiências de vida”, diz Jesus Hortal, reitor da PUC-RJ, em seu livro Maçonaria e Igreja.

Tantas hipóteses para explicar qual seria o mistério maçônico fez surgir até o grupo dos céticos. Gente como o filósofo John Locke, que sugeriu que o grande segredo guardado pela maçonaria é que não existe segredo nenhum. O que, cá entre nós, seria uma revelação de proporções nada desprezíveis. “Mesmo que a inexistência de algum segredo seja o grande segredo maçônico, não é uma pequena proeza manter isso em segredo”, afirmou Locke.

A MAÇONARIA MANDA NO MUNDO?

Andrew Prescott e Jasper Ridley integram o time de historiadores que defendem a tese de que a influência da maçonaria nos rumos da história foi superestimada ao longo dos tempos. Do outro lado, a lista dos que apontaram o dedo para a maçonaria é grande. Inclui praticamente todos os papas que passaram pelo Vaticano nos últimos 300 anos; o general Franco, ditador da Espanha, escreveu um livro sob o pseudônimo de J. Boor em que acusava os maçons de serem responsáveis pela decadência da sociedade espanhola; e Adolf Hitler, que promoveu exposições de “arte antimaçônica” e afirmou que a ordem secreta sucumbira aos interesses judaicos – a fonte da acusação pode estar nos Protocolos dos Sábios de Sião, livro sagrado do anti-semitismo no século 20, que usou documentos falsos para “comprovar” a existência de uma conspiração judaica e afirmar que a maçonaria era um dos instrumentos à disposição dos judeus.

Desde a virada do século 20, no entanto, é proibido em sessões maçônicas falar de política e religião (futebol vale). Como a maçonaria não tem um corpo único – cada país é autônomo e existem diversas dissidências – a decisão não vale para todas as pessoas que se dizem maçons. Mas, na prática, a mudança deixou os encontros maçônicos bem menos agitados do que nos tempos em que reunia revolucionários como Simón Bolívar. Coincidência ou não, desde a proibição as histórias (e os boatos) envolvendo a maçonaria rarearam – a última vez que alguém lembrou de citar a ordem como possível culpada em algum grande mistério foi na morte de João Paulo 1o, em 1978, que supostamente teria descoberto ramificações da fraternidade dentro do Vaticano e por isso acabou assassinado após 33 dias de pontificado. Em outros tempos, certamente alguém afirmaria que eventos como a Guerra do Iraque, os atentados em Londres ou a convulsão do Ronaldinho às vésperas da final da Copa da França haviam sido tramados pela maçonaria. Seria esse ocasião da ordem na lista de grandes conspiradores mundiais um sinal de que a poderosa organização secreta está perdendo a força? Muitos estudiosos acreditam que sim. “Atualmente, a maçonaria mais parece uma tentativa por parte de homens bem-intencionados, na maioria brancos e velhos, de entender o sentido da vida”, afirma o historiador americano H. Paul Jeffers, autor de Freemasons (“Maçons”, sem versão brasileira).

O que não quer dizer que seus integrantes tenham se afastado do poder. Muitos maçons brasileiros adoram listar pessoas importantes que integram a ordem. São empresários, policiais de alta patente, políticos, juízes. Todos unidos pelo compromisso de ajuda mútua – irmão que é irmão nunca deixa outro na mão. Atualmente, por exemplo, circula entre os maçons paulistas a história de um julgamento recente, parte de um escândalo nacional, que caminhava para a condenação do réu e mudou de rumo após telefonemas entre altos membros do tribunal. Advogados, juízes e o acusado eram iniciados da ordem.

Casos assim são freqüentemente ouvidos, ainda que na maioria das vezes em tom de boato. E preocupam muita gente. Por mais que os integrantes da maçonaria sejam gente da mais fina estirpe e dotados das melhores intenções, será que têm condições de abandonar os valores e pactos da fraternidade na hora de exercer cargos na sociedade pública? Entre os que acham que não estão os líderes da campanha britânica, encampada por setores do Partido Trabalhista, para que todos os maçons sejam obrigados a se revelar como tal – e eventualmente proibidos de trabalhar na polícia e na Justiça. Assim, evitariam ter a chance de auxiliar amigos em situação delicada. “Os críticos fazem acusações como se integrar a maçonaria fosse muito diferente de ser sócio de um clube de golfe”, diz Andrew Prescott, da Universidade de Sheffield, para quem a campanha é um exagero. Pode até ser. Mas será que há mesmo um clube de golfe metido em tantas histórias, revoluções e rituais misteriosos? Se existir, vive em segredo.

ROBERT LANGTON VEM AÍ

Para quem adora escrever sobre os cavaleiros templários, teorias da conspiração e Vaticano, a maçonaria é um prato cheio. Não chega a ser surpresa, portanto, que o escritor Dan Brown tenha prometido voltar os olhos para a organização secreta em seu próximo livro. O autor de O Código da Vinci afirmou que a obra deve se chamar The Solomon Key (”A Chave de Salomão“) e ter a ação em solo americano. O ponto de partida para o professor Robert Langdon, especula-se, seria Washington e sua arquitetura supostamente repleta de símbolos maçônicos. Veja abaixo por onde a trama de Brown pode passar. (Como já observamos, a reportagem é anterior ao livro que se Chamou O Símbolo Perdido).


WASHINGTON FAMILY PORTRAIT

O quadro de Edward Savage (abaixo)  mostra 3 integrantes da família Washington reunidos ao redor de um mapa da cidade. Todos apontam para o plano, formando com os dedos uma misteriosa área triangular. No canto da imagem, o neto de Washington segura um compasso – símbolo maçônico – sobre o globo terrestre. Dá até para imaginar Langdon observando o quadro, exposto na National Gallery of Art.


MONUMENTO A WASHINGTON

A idéia original era colocar aqui os restos mortais de George Washington, mas a família do ex-presidente vetou o plano. A pedra fundamental do monumento foi lançada pelo grão-mestre da maçonaria na cidade, em 1848. A história do obelisco está, indiretamente, ligada ao Vaticano: uma pedra de mármore foi doada pelo papa Pio 9º para sua construção. Mas o bloco foi roubado e sua localização até hoje é desconhecida.

AVENIDA PENNSYLVANIA

 Alguns especialistas afirmam existir um alinhamento da avenida, no trecho entre a Casa Branca e o Capitólio, com a estrela Sirius, que é associada à deusa Ísis, do Egito antigo. Pode estar aí um dos elementos do sagrado feminino de que Brown tanto falou em O Código da Vinci.

COMPASSO ENTRE O CAPITÓLIO, CASA BRANCA E MEMORIAL A JEFFERSON


 
Muita gente vê no mapa da cidade um compasso com a cabeça no Capitólio e cada uma das pernas na direção da Casa Branca e do Memorial a Jefferson. "É possível aplicar esse desenho triangular a qualquer mapa e fazê-lo funcionar. O que não quer dizer que ele estava previsto no plano original da cidade", diz Paul Dolinsky, chefe do órgão do governo americano responsável pelo patrimônio arquitetônico do país.

MAÇONS QUE FIZERAM HISTÓRIA

AMADEUS MOZART


 
O compositor era bastante ativo numa das lojas de Viena. Compôs pelo menos 8 canções para a ordem e colocou tantos símbolos maçônicos em A Flauta Mágicaque a ópera chegou a ser descrita como um “livreto de propaganda pró-maçonaria”.

JÂNIO QUADROS


 
É o único presidente na história do Brasil comprovadamente maçom – apesar deFHC também ser freqüentemente apontado como membro da ordem. Fotos do maçom Jânio decoram a ante-sala do grão-mestre da principal loja de SP.

SIMÓN BOLÍVAR


 
Ícone da independência sul-americana, o venezuelano freqüentava a loja maçônica Lautaro, conhecida pelo discurso antiespanhol. Revolucionários como San Martín e Bernardo O’Higgins também participavam das sessões .

HARRY TRUMAN



Antes de ocupar a Presidência americana durante a 2º Guerra Mundial e autorizar o lançamento das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, foi grão-mestre da maçonaria no Missouri, seu estado natal

D. PEDRO I



O imperador teve uma relação de amor e ódio com a maçonaria. Sua passagem pela ordem durou 3 meses. Tempo suficiente para ele ser iniciado, ascender a grão-mestre e então proibir todas as atividades maçônicas no Brasil.

BENJAMIN FRANKLIN



Cientista e ativista político americano, usou seus contatos nas maçonarias da França e da Inglaterra para conseguir apoio à causa da independência dos EUA, da qual foi um dos principais líderes.

PARA ENTRAR NO GRUPO

Conheça os principais momentos da cerimônia de iniciação no rito escocês antigo e aceito, o mais praticado no Brasil

1. DE PEITO ABERTO

Com os olhos vendados o iniciado é levado ao templo por um maçom que vai acompanhá-lo durante toda a cerimônia. Ele deverá ter nus a perna direita, até a altura do joelho, e também o lado esquerdo do peito – a origem desse costume seria uma tentativa de se certificar que não se trata de uma mulher.

2. 360o

Antes de começar a iniciação, o candidato é girado em torno de si para perder o senso de direção. A seguir, começa a cumprir as provas que representam a passagem por fogo, água, ar e terra. Numa delas, ouve espadas tinindo ao redor do templo.

3. MONTANHA-RUSSA

O iniciado encontra obstáculos: uma gangorra onde sobe sem saber que está prestes a cair. Ou uma almofada de pregos em que é convidado a descansar – os metais serão retirados poucos antes de ele sentar. A idéia é testar sua confiança. Depois, é levado para uma pia, onde se purifica lavando as mãos, e é incensado 3 vezes.

4. BATISMO DE SANGUE

O iniciando se compromete ao sacrifício pela pátria, pela humanidade e pela ordem. O venerável mestre então manda imprimir em seu peito uma marca que o tornará reconhecível para todos os maçons – na verdade, aproxima da pele um pedaço de ferro aquecido que transmite a sensação de calor.

5. SIM OU NÃO

Após se comprometer a guardar em segredo tudo que escutar e a fazer caridade, o iniciado deixa o templo para os maçons decidirem se o aceitarão. Em caso positivo, o rito segue. Com um compasso numa mão e a outra sobre a Bíblia, o iniciado faz um juramento. O mestre diz: "De hoje em diante, estais ligado para sempre à nossa ordem".

6. FAZ-SE A LUZ

Mais uma vez o iniciado sai da sala. Quando volta, encontra o templo às escuras e todas as espadas apontadas para ele. Só um sustinho. As luzes são acesas e, com uma espada sobre a cabeça, o iniciado recebe o avental de aprendiz e ouve a revelação dos segredos como toques, palavras e sinais. Está para sempre na maçonaria.

OS SÍMBOLOS

COMPASSO

O instrumento que desenha círculos perfeitos significa a busca pela perfeição. É o símbolo do raciocínio maçônico.

ESQUADRO

Seu ângulo reto mostra como o homem deve levar uma vida honesta. Ao lado do compasso, representa a união de idéias e ações.

AVENTAL

Lembra que todo homem nasceu para o trabalho e que um maçom deve trabalhar insistentemente para a descoberta da verdade e melhora da humanidade.

TRÊS PONTOS

Tem várias interpretações reconhecidas. Lembra o místico delta, faz referência ao tripé liberdade, igualdade e fraternidade e às qualidades indispensáveis ao maçom: amor, vontade e inteligência.

COLUNAS

Um templo deve ter 12, para lembrar os 12 signos do zodíaco.

OS SECRETOS

TEMPLÁRIOS

A ordem com sede no templo de Jerusalém foi criada após a Primeira Cruzada para proteger peregrinos. Vitaminada por doações de nobres, ganhou poder a ponto de incomodar o rei da França e o papa. Juntos, eles tramaram para mandar os templários para as fogueiras da Inquisição.

ILUMINATI

Fundada em 1776, pretendia se infiltrar nos governos para controlar decisões nacionais. A ambição gerou perseguição feroz e em menos de 10 anos a sociedade estava praticamente exterminada.

ROSACRUZ

A ordem que prega a tolerância religiosa fez muito sucesso com os intelectuais do século 17. Seus rituais e sinais secretos têm seguidores até hoje.

SKULL AND BONES

Para muitos, é a mais poderosa sociedade secreta atual. Aceita apenas alunos da Universidade Yale, uma das mais elitizadas dos EUA. Entre seus integrantes estão George W. Bush, seu adversário nas últimas eleições John Kerry, ministros da Suprema Corte e alguns dos mais influentes empresários do país.

PARA SABER MAIS
  • A Maçonaria - Ralph Beck, Planeta, 2005
  • Freemasons - H. Paul Jeffers, EUA, 2005
  • Maçonaria e Igreja Católica - Benimeli, Caprile e Alberton, Paulus, 2003
  • The Freemasons - Jasper Ridley, EUA, 2001
  • A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial - José Castellani, Landmark, 2001
  • Site do Grande Oriente do Brasil 

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MAÇONS FAMOSOS - PARTE 2

José Wilker de Almeida (Juazeiro do Norte, 20 de agosto de 1944) é um ator e diretor brasileiro.

José Wilker começou a carreira como locutor de rádio no Ceará, onde nasceu, e se mudou para o Rio de Janeiro aos dezenove anos.

Seu primeiro filme foi em 1965, A falecida. Em 1979 esteve no elenco do filme Bye Bye Brasil e em 1985, no elenco de O Homem da Capa Preta.

Estreou nas telenovelas em 1973, em Bandeira 2, de Dias Gomes, na TV Globo. Fez muito suceso com a novela Roque Santeiro na qual deu vida o protagonista Roque Santeiro junto com Regina Duarte. Entre 1997 e 2002, dirigiu boa parte dos episódios do Sai de Baixo, além de ter participado de um dos episódios do programa, em 1997.

Entre seus papéis mais marcantes no cinema estão Tiradentes, no filme Os Inconfidentes, de 1972; Vadinho, do recorde de bilheteria nos cinemas Dona Flor e Seus Dois Maridos, de 1976; o político Tenório Cavalcanti de O Homem da Capa Preta, de 1986 e Antônio Conselheiro, de Guerra de Canudos, de 1997. Na minissérie JK, interpretou Juscelino Kubitschek mais velho, quando presidente da república.

Amante de cinema, tem aproximadamente quatro mil fitas em casa. Mostrou ao público essa faceta assinando uma coluna semanal sobre o assunto no Jornal do Brasil e fazendo comentários de filmes nos canais de televisão por assinatura Telecine da Globosat. É também comentarista oficial da transmissão da premiação do Oscar da Rede Globo.


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

VÍDEO PRESTA HOMENAGEM A AYRTON SENNA

Algumas pessoas possuem uma aura, uma essência iluminada que propaga bons fluidos a todos a sua volta, deixando um sentimento ruin, um "nó na garganta" quando partem.

Uma dessas pessoas certamente foi Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1, ícone do esporte, considerado por muitos um gênio das pistas. O paradoxo entre o piloto competitivo e feroz e o homem generozo e humanitário.

Servindo do nome do ídolo, foi fundada a A:.R:.L:.S:. Ayrton Senna, nº 2.870, do Oriente da Ilha do Governador, no Estado do Rio de Janeiro, que adota o Rito Brasileiro e tem sessões às segundas feiras, às 20 horas.

Vale a pena conferir, ainda, homenageando feita pela rede de televisão BBC para o que seria o 50º aniversário de Senna:

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PROXIMA SESSÃO


Queridos Ir:., convidamos todos para a próxima sessão da A:.R:.L:.S:. Acadêmica Ir:. Oraíde Feltrim, que realizar-se-á no sábado, dia 07 de agosto de 2010, às 18 horas, no Templo da A:.R:.L:.S:. Ciência e Virtude, à Rua Professor Lulu, nº 240, no Oriente de Formiga - Minas Gerais.

A fim de preservar a força e coesão da egrégora, pedimos que os Ir:. cheguem com antecedência, para que a sessão possar começar com a necessária pontualidade.

TFA.

terça-feira, 20 de julho de 2010

1ª FEIJOADA DA FRATERNIDADE ACADÊMICA TRANSCORRE JUSTA E PERFEITA

Como é bom que os Irmãos vivam em união...
...até um Argentino é querido por todos... rsrsrs...

Acreditamos que eventos como a 1ª Feijoada que a Acadêmica Ir:. Otaíde Feltrim organizou é uma oportunidade única de unir os irmãos pelo trabalho.

Nessas ocasiões, a família maçônica estreita seus laços e aproveita, ainda, para angariar fundos e ajudar aqueles que precisam...

Que o G:.A:.D:.U:. permita ser este apenas o primeiro de muitos eventos organizados por esta Augusta e Respeitável Loja.

TFA!

MAÇONS FAMOSOS - PARTE 1


Em pesquisa despretenciosa no google, encontrei várias personalidades do mundo profano que são Ir:., de sorte que resolvi criar uma série de posts sobre esses irmãos que se destacaram. É uma forma de transmitir curiosidades sobre nossa Ordem e, também, de homenagear esses Ir:. pelo sucesso alcançado.

Para o primeiro post, escolhemos o Presidente dos EUA, Barack Hussein Obama II.

Tão logo sua eleição foi confirmada, circulou e-mail indicando ser ele um Maçom. Jardel de Assis fez uma rápida pesquisa a respeito, especialmente sobre a Loja Prince Hall, formada exclusivamente por Maçons negros, que enviou-lhe material, bem como a lista dos presidentes dos Estados Unidos que foram ou são maçons.

É bom notar que somente Theodore Roosevelt chegou ao grau de Mestre no mesmo ano em que assumiu o cargo. Todos os demais, eram Mestres antes da eleição.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama é um Sublime Príncipe do Real Segredo, Grau 32 do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), de Obediência pertencente à Maçonaria Prince Hall”.

Prince Hall é o primeiro alojamento maçônico dos EUA, sendo o nome vindo de seu fundador e master, o qual era o mais famoso indivíduo na área de Boston durante a Revolução Americana e virada do Século 19.

Prince Hall era um escravo na área de couro em Boston, e pertencia a William Hall no final dos anos 1740 e ganhou a liberdade em 9 de abril de 1770, como um prêmio (reconhecimento), após 21 anos de serviço.

PrinceHall e outros 14 negros da área de Boston se aproximaram de um alojamento Britânico de Freemasons (Maçons Livres), relacionado ao 38º Regimento em Boston.

Hall e os outros negros iniciaram (sendo Processo de Iniciação), no alojamento em 6 de março de 1775.

O Regimento foi embora da área em seguida, e o Sargento John Batt, que estava no comando da Iniciação, escreveu uma permissão limitada em 17 de março, autorizando o grupo a ter certos privilégios maçons, bem como permissão para se encontrarem como Loja.

Em 3 de julho de 1775 o grupo formou o “African Lodge Nº 1″ (Loja Africana Nº1), a primeira Loja aceita de maçons negros e livres do mundo e Hall foi feito seu Master (Venerável Mestre).

O Grand Master (Grão Mestre) da América do Norte, John Rowe, concedeu à Loja a segunda permissão para continuar suas actividades.

No entanto, a Maçonaria Negra permaneceu separada da Maçonaria Branca nos Estados Unidos, porque os maçons brancos não aceitaram os maçons negros, apesar dos princípios de fraternidade. Hall expandiu sua organização a outras cidades, mas como ele estava limitado a população negra, as novas lojas que surgiam eram chamadas de “Lojas Negras”.

Em 24 de junho de 1797, uma segunda loja negra foi criada em Providence, Rhode Island. Um ano depois, a terceira foi iniciada na Philadelphia, com Absalom Jones sendo o Master.

Prince Hall morreu em Boston em 4 de dezembro de 1807.

Actos fúnebres, de acordo com os rituais maçônicos, foram realizados em sua casa, em Lendell’s Lane, uma semana depois. Ele foi enterrado na Rua 59 Mattews Cemetery, em Boston, no final de março de 1808.

Com um ano de sua morte, os seguidores de Hall trocaram o nome da Loja e deram o nome de seu líder.

Essa sociedade secreta continuou a crescer nos Estados Unidos, mas continua separada da Maçonaria Branca até os dias actuais.

Hoje, Prince Hall é uma fraternidade maçônica com seus prédios devidamente identificados, seus membros se identificam com anéis, adesivos e pins.

Um dos membros mais famosos e também um Prince Hall Mason de 32º, se tornou Presidente dos Estados Unidos em 2008. Seu nome é Barack Hussein Obama II.

Relação dos presidentes dos Estados Unidos que foram ou são Maçons:

1 - George Washington (Pres. 1789-1797) (MM 1753)
2 - James Monroe (Pres. 1817-1825) (MM 1776)
3 - Andrew Jackson (Pres. 1829-1837) (MM 1800)
4 - James K. Polk (Pres. 1845-1849) (MM 1820)
5 - James Buchanan (Pres. 1857-1861) (MM 1817)
6 - Andrew Johnson (Pres. 1865-1869) (MM 1851)
7 - James A. Garfield (Pres. 1881) (MM 1864)
8 - William McKinley (Pres. 1897-1901) (MM 1865)
9 - Theodore Roosevelt (Pres. 1901-1909) (MM 1901)
10 - William H. Taft (Pres. 1909-1913) (MM 1901)
11 - Warren G. Harding (Pres. 1921-1923) (MM 1920)
12 - Franklin Delano Roosevelt (Pres. 1933-1945) (MM 1911)
13 - Harry S. Truman (Pres. 1945-1953) (MM 1909)
14 - Gerald R. Ford (Pres. 1974-1977) (MM 1951)
15 - Barack Hussein Obama II (Pres. 2008-2012)